Nem toda pessoa gorda é obesa

Publicado em 27/05/2021.

Tempo de leitura: 4.6 minutos.

Entenda o que é a obesidade e as muitas formas de lidar e tratar essa doença.

 

Existe um mito de que toda pessoa gorda é obesa, embora as evidências mostrem que o diagnóstico e a classificação da obesidade vão muito além do peso.

Encontrar pessoas com sobrepeso tornou-se normal em muitos lugares do mundo. Mas, afinal, qual é a diferença entre sobrepeso e obesidade?

De forma muito simples, o sobrepeso é quando você percebe que está um pouco mais gordo, com uma barriga ligeiramente mais proeminente, enquanto a obesidade é quando a quantidade de gordura no corpo excede os limites saudáveis.

Com o objetivo de definir de maneira precisa o sobrepeso e a obesidade, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou uma fórmula matemática conhecida como IMC, que significa Índice de Massa Corporal. Seu objetivo é apontar se o seu peso corresponde à sua altura. É como aquela brincadeira bastante conhecida “meu peso não está ruim, é que minha altura não é a correta”.

A fórmula pode parecer complexa, mas na verdade é muito simples e, se você quiser, pode usar o teste de risco de obesidade disponível aqui no nosso site. Clique aqui e confira!

A base desse cálculo é dividir seu peso pela sua altura ao quadrado (um número multiplicado por ele mesmo).

 

IMC = Peso ÷ Altura²

Por exemplo, se você mede 1,67 metros e pesa 75 quilos seu cálculo será:

75 ÷ 1,67 x 1,67

75 ÷ 2,78

IMC 26,97

 

Com este resultado de IMC 26,97, seguindo a tabela da Organização Mundial da Saúde, a pessoa tem apenas sobrepeso e ainda não atingiu o nível de obesidade.

IMC Classificação
Inferior a 18,5 Baixo peso
Entre 18,5 y 24,5 Peso normal ou peso saudável
Entre 25,0 y 29,9 Sobrepeso
Entre 30,0 y 34,9 Obesidade classe I
Entre 35 y 39,9 Obesidade classe II
Maior que 40,0 Obesidade classe III o mórbida

 

Dados: Organização Mundial da Saúde [1]OMS. Obesidad y sobrepeso. 2024

Vários fatores podem ser a causa de um processo de aumento excessivo de peso: problemas psicológicos como grandes perdas ou estresse, condições ambientais, qualidade da alimentação, falta de atividade física regular e até influência genética, embora não haja comprovação de que a obesidade possa ser uma doença transmitida de pais para filhos.

Mas é claro que a obesidade é considerada uma doença! E como qualquer doença merece atenção, cuidados e tratamento. As situações de risco e maior atenção ocorrem quando a obesidade se combina com outras doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e problemas cardiorrespiratórios, além de todos os inconvenientes que as pessoas obesas enfrentam diariamente para se locomover, acessar espaços públicos ou simplesmente pegar um ônibus.

Cirurgia Bariátrica

Um dos tratamentos que têm chamado a atenção de pacientes e familiares pelos bons resultados obtidos é a cirurgia bariátrica. Existem vários tipos diferentes de procedimento, desde o tradicional, com um corte de tamanho suficiente para que o médico possa analisar o estômago e realizar a técnica escolhida, até as laparoscopias cirúrgicas mais modernas, que são realizadas com o uso de câmeras e instrumentos cirúrgicos inseridos através de pequenos orifícios no abdômen, com o objetivo de reduzir riscos e tornar a recuperação pós-operatória mais simples e rápida.

Segundo o Dr. José Luiz Capalbo, superintendente médico do Hospital Nove de Julho, em São Paulo, e especialista em cirurgia gástrica, a cirurgia bariátrica pode ser uma boa solução para a obesidade, mas deve ser bem avaliada por um médico especialista. “Existem vários tipos de cirurgia bariátrica. A decisão sobre qual método utilizar deve ser definida entre o médico e o paciente após avaliar todas as possibilidades”, aponta Capalbo. “As opções vão desde um procedimento tradicional ou o uso de câmeras em pequenos orifícios até, mais recentemente, o uso de robôs”, disse.

Por meio da cirurgia bariátrica, reduz-se o tamanho do estômago do paciente para que a pessoa passe a ingerir uma menor quantidade de alimentos. Em termos práticos, se uma pessoa come pratos com 500 a 700 gramas de comida ou mais, significa que este é o tamanho do seu estômago. Ao realizar a cirurgia, seja por meio de anéis que limitam a entrada do estômago, cortes que reduzem o tamanho do estômago, ou um balão gástrico que é inflado dentro do estômago para ocupar esse espaço, a pessoa já não consegue ingerir a mesma quantidade de comida, contribuindo significamente para a perda de peso.

Segundo o Dr. Capalbo, “geralmente recomendamos a cirurgia bariátrica para pessoas com obesidade severa ou mórbida, isto é, quando o índice de massa corporal supera os 40 quilos por m² de superfície corporal. Há métodos que podem promover a perda de peso mais rápido que outros, mas a decisão continua sendo definida entre o médico, o paciente e até mesmo o médico clínico do paciente”, disse.

Mas nem tudo se resolve simplesmente com o bisturi. Para o Dr. Capalbo, é de extrema importância a realização do acompanhamento psicológico para que a mente do paciente esteja preparada para um novo corpo. “É muito importante cuidar do seu corpo e da sua mente ao mesmo tempo. Quanto antes começar o acompanhamento psicológico deste candidato à cirurgia, melhor”, falou.

 

 

Referências

Referências
1 OMS. Obesidad y sobrepeso. 2024

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